terça-feira, 3 de dezembro de 2013

“É difícil fazer uma mulher que se impõe em um ambiente masculino” diz Del Vecchio



Denise Del Vecchio tem uma carreira de dar inveja em qualquer ator iniciante. Iniciou na televisão em 1974, como a René de Ídolo de Pano e depois disso a carreira deslanchou até se tornar uma das queridinhas do Brasil. A estudante de história trancou a faculdade para ingressar no curso de teatro e se tornou uma das fundadoras do “Teatro Núcleo Independente” que recebeu diversos espetáculos e lhe renderam dois Prêmios Moliére de melhor atriz (1981 e 1985). Em 2006, estreou na tela da Record como a Alzira de Bicho do Mato e atualmente é uma das atrizes mais disputadas da emissora.

Seja nos palcos ou nos estúdios, a veterana demonstra ser calma e muito delicada. Talvez por isso tenha sido um desafio encarar a chefe da corregedoria da polícia de Pecado Mortal. A dura e inflexível Das Dores tem que cortar um dobrado na hora de colocar o descamisado Picasso na parede e enfrentar os durões da trama.

- Isso foi o que mais me fascinou no convite do Carlos Lombardi, porque como eu tenho esse perfil mais doce, mais feminino, ter que fazer uma mulher que se impõe em um ambiente absolutamente masculino, como chefe daqueles homens terríveis, truculentos é uma dificuldade muito grande e é esse exercício que eu faço todos os dias, descobrir em mim onde tem essa postura de mando, de poder, de chefe, de chefia. E eu também faço meu trabalho de atriz, eu faço minha lição de casa, observo muito. Na época em que a novela se passa, isso não existia. Nós mulheres, porque eu também sou dessa geração, ainda estávamos lutando por um espaço que foi sendo conquistado. Hoje, a mulher está na presidência da república, então eu posso observar essas mulheres. A presidente do Brasil, da Argentina, a primeira ministra da Alemanha, todas essas grandes mulheres políticas e delegadas, firmes para ver o comportamento delas e colocar na Das Dores.

Mas Denise recebeu um presentão ao aceitar esse papel. É que além de se envolver no núcleo sério da novela, ela tem seus momentos de leveza quando contracena com Iran Malfitano e Claudio Heinrich, nos capítulos que mostram a relação de tia e sobrinhos com um toque de humor.

- Isso também é muito gostoso porque quando fala de família ela se derrete toda e abre o coração pra esse outro lado. Ela é uma mulher muito sozinha , então a vinda dos sobrinhos pra casa dela é uma companhia que ela não esperava, também não esperava que eles fossem tão malandros (risos).

A parte da comédia fica por conta de Pedro e Paulo Noronha que vieram de Minas Gerais para morar com a tia. Mas o que ela não sabia é que eles não estavam a fim de trabalhar e sim de ganhar dinheiro fácil como golpistas e encarnando os piores gângsteres da cidade.

- Pelo o que eu estou vendo, eles estão cada vez piores. Para a Das Dores, seria muito bom se eles pagassem pelos crimes deles e depois se recuperassem e passassem a viver uma vida honesta com ela. Acho que esse é o final ideal que ela sonha, mas duvido que aconteça.


Pecado Mortal, de segunda à sexta, 22h30 na Rede Record.

R7

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