Minissérie bíblica com recursos de cinema, investimentos milionários e grandes nomes da teledramaturgia brasileira estreia dia 30 na Rede Record
Da redação
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Vendido como escravo para se transformar em um dos homens mais poderosos do mundo, “José do Egito” terá sua história contada a partir do dia 30 na tela da Rede Record. Resultado de um investimento de R$ 7 milhões só em cenografia, a nova superprodução da teledramaturgia brasileira será exibida em 28 capítulos, sempre às quartas-feiras, às 21h30.
Para dar realidade à minissérie bíblica que se passa cerca de 1.700 anos a.C., as gravações foram feitas no Egito, em Israel e no deserto do Atacama (Chile), o mais alto e seco do mundo. Nem o calor e a falta de umidade desanimaram os artistas que, em meio a paisagens de tirar o fôlego, gravaram em hebraico e até em aramaico.
No Brasil, o Egito Antigo foi recriado em duas cidades cenográficas na capital carioca. Uma delas, a maior já construída pela Record, com mais de 5 mil m², foi erguida em Guaratiba e está avaliada em R$ 5 milhões. Para dar forma a palacetes e esfinges – com o uso de madeira, plásticos, isopor e outros materiais –, quase 200 profissionais se dedicaram ao projeto durante 6 meses. Algumas das cenas também foram gravadas em Minas Gerais.
Para garantir a riqueza de detalhes dessa superprodução, as câmeras e lentes utilizadas nas gravações devem levar à tela da emissora imagens de altíssima qualidade. “Próximo dos meus 30 anos de profissão, ‘José do Egito’ foi com certeza o maior projeto que eu já fiz na minha carreira”, afirmou durante entrevista à imprensa o diretor-geral, Alexandre Avancini. Ao todo, são 300 profissionais engajados na produção da minissérie, segundo o diretor de teledramaturgia Anderson Souza. O investimento por capítulo beira quase R$ 1 milhão.
A vida de José é marcada por conflitos familiares, redenção e perdão. Invejado pelos irmãos, ele é o filho preferido de Jacó (personagem interpretado pelo ator Celso Frateschi). Levado ao Egito, ele é injustiçado e preso, situação que vive por vários anos. Transformar a história bíblica para a televisão foi desafiador para a autora, Vivian de Oliveira – a mesma que escreveu “A História de Ester” e “Rei Davi”.
“José tem uma história muito bonita. Foi um desafio ser fiel ao texto original, mas também ter a licença poética para criar tramas dentro do contexto da época e aprofundar lacunas”, afirma Vivian. “Todo mundo vai chorar muito, é uma história linda.”
José, o protagonista da história, é vivido por dois atores: Ricky Tavares, interpreta José na fase jovem, e Ângelo Paes Leme, na fase adulta. Graças ao seu poder de interpretar sonhos, que tanto tiram o sono do faraó Apópi (personagem vivido pelo ator Leonardo Vieira), José vislumbra tempos de fartura e fome para o Egito. Seu dom o leva a ser promovido a governador, então o segundo homem mais poderoso da época.
Ângelo Paes Leme contou com a ajuda de diversos profissionais para encarar um dos papéis mais importantes de sua carreira. “Foram meses intensos de preparação, já que o meu personagem tem uma história difícil e passa por várias provações. José consegue se sobressair naturalmente, transformando o lugar onde mora e mudando a vida das pessoas para melhor, sempre acreditando no amor, na força do trabalho e na fé em Deus.”
Assim como Ângelo Paes Leme, todo o elenco participou de workshops e palestras que serviram de preparação para as gravações. Ao todo, o processo durou 7 meses. “Aprendi a tear, a andar, pensar e agir como hebreia”, conta a atriz Mylla Christie, que interpreta Raquel, a mãe de José. “Para a minha personagem, meu maior desafio foi o envelhecimento”, admite, acrescentando que fica 2 horas na cadeira de maquiagem se preparando para interpretar Raquel.
Para Avancini, de todas as histórias bíblicas, a vida de José é representada pelo seu caráter e pela sua dignidade, uma vez que, mesmo em situações extremas, ele se mantém fiel à sua crença. “Naquela época, não renunciar à sua fé poderia significar a morte”, diz o diretor-geral. “Em uma das cenas, ele recebe uma ordem de se curvar ao faraó, mas ele não a cumpre e, com isso, ganha a confiança do faraó.”
Leonardo Vieira, o intérprete do faraó, diz que seu papel na trama é de fundamental importância, já que é por meio dele que ocorre uma transição na vida de José. “O público pode esperar uma bela história, com uma imagem diferenciada e tecnologia nova. É uma produção com um figurino lindo”, define o ator.
Permeada por intrigas e inveja, a trama também terá momentos de romantismo e paixão. A atriz Maytê Piragibe, que dá vida à personagem Azenate, será o grande amor de José. No papel de Sati, uma egípcia movida por desejos, a atriz Larissa Maciel estreia o seu primeiro trabalho na Record. Naamá, vivida pela atriz Nanda Ziegler, é uma siquemita que presencia a morte do marido. “Ela é uma mulher muito forte e humana, que vivencia muito a questão do perdão no seu dia a dia e aprende a superar todos os problemas que enfrenta”, resume Nanda Ziegler.
O elenco da minissérie conta ainda com os recém-contratados Gustavo Leão e Samara Felippo, e outros artistas consagrados como Denise Del Vecchio, Bianca Rinaldi e Eduardo Lago.
Ainda este ano, outra minissérie bíblica, gênero que já se tornou marca das produções da Record, deve ir ao ar: “Os Milagres de Jesus”, com 18 capítulos. Para 2014, está prevista a estreia de “Os Dez Mandamentos”, cujos trabalhos de pesquisa e pré-produção já começaram.
Faraó, um deus
Vivido pelo ator Leonardo Vieira, o faraó é considerado um deus vivo pelo povo do Egito. Bastante temperamental e impulsivo, o líder é apaixonado por Tany (Bianca Rinaldi), com quem é casado. É ele quem promove José a governador do Egito, após ter os sonhos interpretados pelo estrangeiro.
A linda, sensual e fútil Sati
Larissa Maciel interpreta o seu primeiro papel na Record na pele da linda e sensual – e fútil – esposa de Potifar (Taumaturgo Ferreira), o chefe da guarda pessoal do Faraó. Sente um profundo desejo por José, que não corresponde ao seu assédio. Para se vingar, acusa José de violentá-la e o jovem vai preso.
Azenate, o amor de José
Filha do sacerdote Pentephres, a moça interpretada pela atriz Maytê Piragibe é extremamente correta e determinada. Desiste de se tornar uma sacerdotisa pelo amor que sente por José, e tem de enfrentar a fúria do pai. Mesmo assim, luta por esse amor proibido até o fim. Casa-se com José depois de muitos desencontros e lhe dá dois filhos: Manassés e Efraim.
Raquel e Jacó, os pais do protagonista
É um homem passivo, que não consegue controlar seus filhos mais velhos (são 11, além de José). Quando a situação fica crítica, ele explode. Mantém as tradições de seu povo.Interpretado pelo ator Celso Frateschi, Jacó é um homem honrado e trabalhador. É casado com as irmãs Lia (Denise Del Vecchio) e Raquel (Mylla Christie). Tem ainda Zilpa e Bila como concubinas. É apaixonado por Raquel e tem predileção pelo filho que tem com ela, José.
Amada por Jacó, a bela Raquel sofre com a inveja da irmã Lia, que disputa com ela a atenção do marido. Estéril, consegue engravidar de José depois de muitos anos e morre ao dar à luz seu segundo filho, Benjamim.
Lia é mais velha que Raquel, sente inveja da irmã e adora fazer intrigas. Gosta de envenenar os filhos contra José. Tenta ganhar o amor do marido, mas Jacó sempre a rejeita. É uma mulher amargurada, orgulhosa, fria e carente. Após a morte da irmã, tenta se reaproximar de Jacó e conquistar o seu amor.
'José do Egito' em números
2 cidades cenográficas (uma com mais de 5.500 m²)
26 cenários
R$ 7 milhões investidos em cenografia
R$ 850 mil, custo por capítulo
4 mil figurantes
4 mil figurinos
49 atores
28 capítulos
300 profissionais envolvidos
Record já fez três minisséries bíblicas
“José do Egito” é a quarta minissérie bíblica da Rede Record, um formato de teledramaturgia que já virou uma marca da emissora. Abaixo, os resumos das outras três superproduções:
A História de Ester - Exibida originalmente em 2010 e reprisada no fim de 2012, a minissérie conta a paixão de um monarca persa, o rei Assussero, pela humilde judia Ester, que esconde sua origem para se manter viva. Coroada rainha, tempos mais tarde, é ela quem salva o seu povo da morte.
Sansão e Dalila - De volta ao ar no início deste ano, a trama bíblica que se passa há 3.000 anos é um misto de lutas e paixões, cheia de mensagens de esperança e fé. Dono de uma força e de coragem incomuns, o herói hebreu Sansão se apaixona pela belíssima Dalila, cuja origem, os filisteus, é inimiga do protagonista. O poder de Sansão está em seus cabelos, que não podem ser cortados, mas o herói não resiste à sedução da filesteia, que o levará a um fim trágico.
Rei Davi - A trama épica, líder de audiência na Rede Record, conta a história de um pastor de ovelhas que, com sua coragem, derrotou o valente Golias e unificou o povo hebreu. Escolhido por Deus, o herói valente – mas sensível e generoso ao mesmo tempo – transformou-se em rei de Israel. Apresentada no começo de 2012, a minissérie bíblica de fé e de coragem, repleta de reviravoltas, suspense e romance, acabou sendo reexibida em outubro do ano passado.
FOLHA UNIVERSAL
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