sexta-feira, 3 de maio de 2013

Atriz de Balacobaco já foi fichada na polícia; clique e entenda

Solange Couto está sempre com sorriso no rosto. Na segunda imagem, a atriz como Cremilda. Foto: Michel Angelo e Munir Chatack/Record

Conversar com Solange Couto é quase participar de uma aula de história e cultura geral. A atriz, atualmente com 55 anos, já passou bons bocados na vida para correr atrás do que sempre sonhou: trabalhar com TV. Hoje, ela colhe frutos do sucesso com Cremilda emBalacobaco e tem o prazer de recordar todos os passos que já deu até aqui.
R7 foi até o camarim da novela de Gisele Joras para saber tudo sobre a trajetória da atriz. Como sempre foi alta, morena e dona de um corpão, Solange deu o primeiro passo na passarela, com 16 anos.
— Consegui o primeiro cachê da minha vida como modelo. Eu adorava aquele universo, desfilar aquelas roupas, nada me incomodava. Fiquei até os 22 trabalhando profissionalmente como manequim.
Em 1974, a atriz foi chamada para dançar no Oba, Oba como uma das mulatas de Oswaldo Sargentelli. Durante o papo com o R7, Solange soltou calorosas risadas ao se lembrar de detalhes da época. Até que uma coisa chamou atenção. Ela contou que era “fichada” pela polícia. Nós explicamos:
— Quando comecei no Sargentelli, a profissão de dançarina (na verdade, artistas em geral) ainda não era reconhecida. Por isso, nós tínhamos de fazer uma ficha policial na delegacia. Aquilo servia no caso de alguém nos parar de madrugada na rua. Com a carteirinha da polícia nós conseguíamos provar que não éramos prostitutas e, sim, dançarinas (foto abaixo). Na época, ser artista era profissão de malandro ou de vagabunda. Assim que eles enxergavam.

A carteirinha registrada na polícia com a profissão de bailarina e o primeiro salário de Solange. Foto: Reprodução

Coincidência ou não, Solange nos contou que um dia antes da entrevista estava revirando papéis antigos em casa e encontrou o registro deste trabalho (nos anos seguintes, a profissão foi reconhecida). O salário era outra curiosidade divertida da época.
— Eu me lembro que no registro estava um valor absurdo, de 1 milhão e não sei quantos cruzeiros [risos]. Hoje isso não deve passar de R$ 1200.
Focada em seu objetivo, a atriz não cedeu nem ao bico do pai, que queria ver a filha formada em Direito.
— A TV foi minha meta desde o princípio. Meu pai queria que eu me tornasse juíza, mas nunca me reprimiu. Ele me via dançando em frente à TV com o programa do Chacrinha.
Solange é dona de uma voz potente, é “braba” quando precisa ser e determinada em seus objetivos. Algum palpite do que ela seria caso não fosse atriz?
— Eu acho que daria uma boa engenheira civil. Eu entendo tudo de obra, calculo material, sei o que é traço de massa, bitola de ferro. Eu comandei as obras das quatro casas que tive. Cheguei até a estudar para o vestibular de engenharia, mas meu pai dizia que era profissão de macho [risos].

Nina Ramos, do R7, no Rio

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