domingo, 27 de janeiro de 2013

Em "José do Egito" Vitor Hugo aposta em laboratório intenso para viver Judá


Ator conta que, se pudesse, só faria minisséries 

"Se eu pudesse, ficava só fazendo minisséries porque as histórias não têm vazios", constata.

Fugir da mediocridade do dia a dia é uma constante busca para Vitor Hugo. Inclusive, nos trabalhos em que se envolve. Por isso mesmo, o ator se sente confortável em fazer parte, pela terceira vez, de uma minissérie bíblica da Record, José do Egito, onde interpreta Judá – antes, ele já havia participado de Rei Davi e A História de Ester. Principalmente pela densidade que um personagem dentro desse tipo de produção tem.


Diferentemente das tramas de novelas, em que muitos conflitos retratados parecem superficiais, as histórias bíblicas, na opinião de Vitor, lhe permitem uma imersão mais profunda nas relações humanas.

"Poder fazer personagens que exijam uma reflexão, que me fazem também refletir sobre a pessoa que eu sou, é algo que, profissionalmente, me alegra muito", explica.

O que também animou Vitor foi o processo de preparação para interpretar Judá. Ao lado do elenco, ele participou, durante um mês antes do início das gravações, de um workshop com o preparador de elenco Sergio Penna. Na ocasião, pôde entender melhor a postura que deveria adotar na pele do papel, além de suas crenças. Depois, improvisou com outros atores algumas cenas emblemáticas, mesmo sem estarem ainda escritas. Entre elas, a sequência em que Judá tem de contar ao pai, Jacó, interpretado por Celso Frateschi, que José – vivido por Rick Tavares na primeira fase e por Ângelo Paes Leme na segunda – foi morto por um animal, mesmo sem ser verdade.

"Foi um ensaio sem compromisso, sem regras, sem necessidade de acerto, que é quando você se empenha, se emociona de verdade e começa a descobrir alguma coisa", filosofa.

Além disso, Vitor passou 12 horas com alguns colegas de elenco no acampamento que foi montado no RecNov complexo de estúdios da Record, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Lá, teve a oportunidade de absorver ainda mais sobre a atmosfera da época.

"As ovelhas fugiam e tínhamos de correr para trazê-las de volta, as mulheres preparavam o pão...", lista o ator, que continuou sua pesquisa paralelamente ao laboratório oferecido pela emissora. Selecionou algumas msicas judaicas tradicionais, que escuta sempre antes de gravar alguma cena.

"Tenho uma memória musical. Quando ouço alguma canção, resgato uma emoção do personagem", conta.

Na trama, Judá é um dos filhos de Jacó e o responsável por vender José como escravo. Diante da predileção do pai pelo caçula, que acabou ganhando os direitos que seriam do primogênito, os irmãos querem matá-lo. Com exceção de Judá, que sugere a venda do jovem. Tudo para preservar a vida de José.

"Judá se arrepende no ato, quando vê José partindo. Mas, ao mesmo tempo, coaduna da decisão de todos os irmãos de não contar a verdade ao pai", adianta.

Na minissérie, Vitor interpretará as três fases do personagem. Para encarnar Judá aos 30, aos 40 e aos 50 anos, aparecerá com algumas transformações no visual em cena. Às vezes, com uma barba maior, aplique nos cabelos e alguns fios brancos.

"Ser barbudo com aquela roupa que joga você para um outro lugar e faz sua voz descer para um tom mais grave, tudo isso soma, mas são adereços", avisa.

"São coisas que colocam você em um lugar depois que a emoção já se estabeleceu. Senão vira cabide, caricatura", completa.

Portal Recordista

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